Essa é a minha primeira postagem desse ano de 2012.E eu não queria que
fosse apenas mais uma postagem. Quero dividir com vocês esses meus 20 anos de
profissão e os principais desafios que passei com essa escolha.
Não sei se começo pelo dia em que tive que contar a escolha ao meu pai e
escutar que mesmo que ganhasse dinheiro e/ou ficasse famosa nunca seria “mais
do que uma manicure” (e as manicures que me perdoem, mas foi apenas uma citação
literal, ainda mais porque nos aproximamos do reinado delas, com um crescimento
vertiginoso do setor).
E muito da minha tristeza vem desse mundo que classifica as pessoas em
boas e ruins, em bons e maus produtos. Meu Deus!Onde está o meu código de
barras que eu não encontro?
Entre uma crise e outra pensei em
escolher alguma outra profissão, mas era insuportável, pois a PENELOPE que eu
me reconheço se confunde com a Beauty Artist.
Gosto de trabalhar com o que faço e gosto do contato com as pessoas com quem trabalho.Aliás, além de gostar da área da beleza eu
gosto de uma série de outras coisas e assuntos e curiosamente meus clientes costumam ser esse tipo de pessoa completa, que gosta e desgosta, pensa e
sente.Que se percebe manipulada pela mídia e pelo consumo.
De uma forma ou de outra vamos sempre
consumir (enquanto o tempo nos consome até que o dia em que não possamos mais).
Então eu quero passar o meu tempo com gente que acredita que beleza não é ser
igual a ninguém que está em destaque na mídia, que não há nada de errado em ter
o mesmo nariz ou o quadril largo da sua avó, porque afinal de contas foi um
pouco dela mesmo que você veio e a sua beleza se confunde com a sua história e a história da sua etnia.
Quero continuar cortando lindos
black powers de pessoas que amam os seus cachos e não estão
dispostas a fazer um alisamento porque ter cabelos revoltos é belo.
Como uma artista,especialista em
beleza, eu quero deixar claro o meu ponto de vista: meu trabalho é materializar,
dentro do universo das técnicas presentes no mercado, a imagem que meus
clientes querem expressar de si mesmos.
E esse foi o resultado dessa minha última crise.
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